Ensino de libras nas escolas de Vila Velha impulsiona a inclusão e transforma vidas

Imagine um mundo onde todas as vozes são ouvidas, mesmo aquelas que não se expressam com palavras faladas. Em uma sala de aula repleta de sonhos e descobertas, uma criança surda levanta as mãos e, com um simples gesto, se conecta ao conhecimento, aos amigos e ao futuro. Trabalhando com esta visão, a Secretaria de Educação de Vila Velha implementou um serviço educacional especializado no atendimento de alunos surdos, que já funciona em várias escolas do município, sendo que em duas delas – a Umef Nice de Paula, em Boa
Vista II, e a Umef Deputado Paulo Sérgio Borges, em Morada da Barra –, o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) não é restrito apenas a alunos surdos.
Junto com várias outras escolas da rede municipal, essas duas unidades também são consideradas referência em educação de estudantes surdos e com deficiência visual, em Vila Velha, pois incluíram a disciplina de Libras em suas grades curriculares. Por isso, hoje, atendem crianças e adolescentes com aulas de Libras desde o 1º ano (Fundamental I) até o 9º ano.
“Comunicação é a ponte que une corações e transforma a educação em um espaço verdadeiramente inclusivo e acessível para todos. Por isso, ensinar a Língua Brasileira de Sinais nas escolas públicas não é apenas uma questão de inclusão social, mas também de cidadania e justiça, pois dá a cada aluno o direito de aprender, de se expressar plenamente e de interagir com as pessoas, no dia a dia, para ter uma vida normal na escola, na família e na sociedade”, avalia a professora Nathalia Castro dos Santos, que leciona Libras na Umef Nice de Paula.
“O trabalho que estamos desenvolvendo em Vila Velha é a prova de que a educação pode (e deve) ser um instrumento de transformação social e cidadania. A inclusão da Língua Brasileira de Sinais no currículo das nossas escolas representa um marco no compromisso da nossa gestão com uma educação verdadeiramente acessível, acolhedora e humana. Acreditamos que todas as crianças, independentemente de suas condições, têm o direito de aprender, de se comunicar e de sonhar com um futuro melhor. Por isso, investir no ensino de Libras é investir em igualdade de oportunidades, empatia e respeito à diversidade. Essa é uma das formas mais bonitas de formar não só estudantes, mas cidadãos conscientes, solidários e plenos”, avaliou o prefeito Arnaldinho Borgo.
Umef Nice de Paula ensina Língua de Sinais a 641 alunos de 22 turmas
A Umef Nice de Paula garante o ensino de Libras a um total de 641 alunos de 22 turmas de 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental, nos dois turnos (matutino e vespertino). Lá, os estudantes aprendem a traduzir e a interpretar mensagens, e também a dialogar utilizando a Língua de Sinais. E uma vez por semana, todos os alunos da escola cantam os hinos Nacional e de Vila Velha, no início de cada turno, usando Libras para interpretar as letras. Para dar conta desta missão, a escola conta com uma equipe qualificada formada por cinco professoras bilíngues: duas atuando no turno da manhã, e outras duas, lecionando no turno da tarde, junto com mais uma professora, que é surda.
A Umef Nice de Paula conta, ainda, com uma “Sala Bilíngue” especialmente utilizada para o ensino de Libras e de Português a alunos surdos, que recebem atendimento educacional especializado nos contraturnos, para complementar e/ou suplementar seu processo de aprendizagem.
“Quando o ensino de Libras é integrado ao currículo, toda a comunidade escolar se beneficia: professores, alunos e funcionários. Eles desenvolvem empatia, ampliam sua capacidade de comunicação e contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e acessível. A não é apenas um meio de comunicação para surdos, mas uma ponte para a igualdade de oportunidades, promovendo o aprendizado e a socialização de milhares de estudantes que, sem esse recurso, enfrentam barreiras diárias no ambiente escolar”, ressaltou a professora Nathalia Castro dos Santos.
Na Umef Nice de Paula, as salas de aula, as áreas internas e externas são sinalizadas com imagens e informações que utilizam Libras. O ensino da disciplina é um sucesso entre os alunos, que adoram participar das atividades.
Alunos aprovam ensino da disciplina
João Vítor Marques Ramalho (10 anos) – 5º Ano: “Estudo Libras há três anos e acho muito legal aprender, praticar diálogos e fazer traduções e interpretações durante as aulas. Sabendo usar os sinais, a gente pode se comunicar com pessoas surdas em qualquer lugar, no dia a dia, em qualquer situação”.
Lorenzo Toso – (10 anos) – 5º Ano: “Estou aprendo Libras desde 2021, quando entrei na Umef Nice de Paula. E sempre tirei nota 10 nas provas. Acho muito bom aprender as letras do alfabeto, os números e as palavras. Já consigo conversar coisas básicas quando encontro pessoas surdas. Um dia, quando fui na praia, conheci o tio de uma amiga minha, que é surdo. Consegui conversar várias coisas com ele usando Libras. A gente ficou se comunicando por um tempão. Foi bem legal”.
Flávia Vieira Gavazza – (10 anos) – 5º Ano: “A aula de Libras é a que eu mais gosto. Nossa professora sabe ensinar muito bem. Fica fácil e divertido aprender. Acho importante ter esse conhecimento, para a gente pode se comunicar com pessoas surdas sem precisar fazer leitura labial. Às vezes, se um surdo passar mal na rua, a gente pode ajudar, entender o que ele está sentindo, saber o nome, onde mora e etc. Então, é muito bom saber Libras. Assim, a gente fica preparado pra tudo”.
Davi Lucas Andrade Stefanon – (10 anos) – 5º Ano: “Estudo libras desde os cinco anos de idade, quando entre aqui na escola Nice de Paula. E eu adoro aprender os sinais pra poder me comunicar com pessoas surdas. Tenho um amigo surdo que estuda aqui na escola e a gente sempre se encontra no recreio e conversa usando Libras. Eu entendo tudo. E acho muito legal”.
Fonte :Jornal da Vila

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