Casagrande ajusta discurso e reconhece dois nomes da base na disputa pela sucessão

Casagrande ajusta discurso e reconhece dois nomes da base na disputa pela sucessão

O governador Renato Casagrande (PSB) segue jogando com calma o xadrez da sucessão estadual. Faltando menos de um ano para a eleição que vai definir o próximo ocupante do Palácio Anchieta, o socialista tem o poder e o tempo a seu favor – e, por enquanto, mantém em aberto quem receberá seu apoio direto em 2026.

Entre as peças mais bem posicionadas no tabuleiro estão Ricardo Ferraço (MDB), seu vice, e o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (sem partido). Ambos são apontados pelo próprio Casagrande como os dois nomes do governo colocados oficialmente na disputa.

“Temos duas lideranças importantes que se colocam como candidatos: Ricardo e Arnaldinho. Vai chegar a hora da decisão. O mais importante é manter o grupo unido, preservar as conquistas do governo e respeitar os projetos individuais de cada liderança”, afirmou o governador, em entrevista para A Gazeta.

O prefeito Arnaldinho Borgo recebeu a declaração de Casagrande com muita serenidade, esperando que o gesto do governador possa desanuviar quaisquer tensões que por ventura ainda possam existir entre as lideranças da base aliada, deixando que cada um possa decidir, por livre escolha e convicção, o nome que irá apoiar.

“Não quero ser pedra de tropeço para ninguém”, diz Arnaldinho

Na coluna de Letícia Gonçalves, publicada no último sábado (18), Arnaldinho Borgo foi enfático: “Só entro na disputa se for para somar. Não quero dificultar a vida de ninguém”, afirmou. Enquanto isso, outros nomes que também haviam se apresentado anteriormente, como opções para disputar o governo, já esgotaram suas possibilidades e se afastaram da corrida pelo Palácio Anchieta. Hoje, cada um tem seu o próprio projeto político, o que deixa Ferraço e Arnaldinho figurando em evidência cada vez maior, no centro da sucessão estadual.

O jogo é delicado. De um lado, Ferraço desponta como candidato da base, com o apoio do grupo governista – especialmente porque, caso dispute o Senado, o governador Renato Casagrande precisará deixar o cargo, o que abrirá espaço para que seu vice assuma o comando do Estado.

Do outro lado, Arnaldinho trabalha “por fora” – visando fortalecer seu nome e construir sua viabilidade –, mas sem comprometer sua lealdade política. Esta é uma condição que o próprio prefeito de Vila Velha considera fundamental, para seguir consolidando apoios estratégicos dentro do grupo governista, a fim de sustentar sua caminhada rumo ao governo.

Casagrande atua em prol do consenso e da preservação da base que o manteve forte ao longo de dois mandatos consecutivos. Ele acredita que, quem quer que seja o escolhido, herdará um capital político importante e um governo organizado, que conta com o reconhecimento e o respaldo não só do eleitorado capixaba, como também dos principais grupos políticos do Estado.