Arnaldinho Borgo garante entrega da UPA de Riviera da Barra após 12 anos de espera

Após uma espera que já dura mais de 12 anos, a comunidade da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha, enfim poderá contar com os serviços da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Zilda Arns, em Riviera da Barra.

Em entrevista nesta quinta-feira (09) durante o programa De Olho no Poder com Fabi Tostes, na rádio Jovem Pan News Vitória (90.5 FM), o prefeito do município, Arnaldinho Borgo, afirmou que a unidade de saúde, que servirá como hospital para os moradores da Região 5, será inaugurada ainda neste ano.

“Essa unidade de saúde 24 horas está sendo construída há 12 anos. Tem 12 anos que ela está em construção e nunca foi aberta para a população. Agora a gente vai ter a oportunidade, ainda neste ano, próximo ao Natal, de inaugurar e deixar esse serviço disponível para a população da Região 5”, destacou o prefeito.

A UPA de Riviera da Barra chegou a ser inaugurada no final do ano passado, pelo então prefeito Max Filho, que estava em seus últimos dias de mandato. No entanto, ela nunca funcionou, pois, segundo a atual gestão, ainda não estava totalmente pronta.

A equipe de reportagem da TV Vitória/Record TV esteve na unidade de saúde em janeiro deste ano, menos de um mês após a inauguração promovida por Max Filho, e constatou que realmente havia pendências, como acabamento, instalação elétrica, hidráulica e equipamentos hospitalares.

Além disso, não havia ninguém para trabalhar na UPA, já que a Justiça havia suspendido o contrato da Organização Social (OS) que havia sido contratada pela prefeitura.

De acordo com Arnaldinho Borgo, as obras no interior da unidade de saúde foram concluídas em julho deste ano, e um novo processo foi aberto para escolha da OS que vai operar na UPA.

O resultado da licitação foi publicado no Diário Oficial do município desta quinta-feira (09). Venceu a disputa o Instituto da Gestão e Inovação da Saúde (Igis).

Agora, a população espera que nenhum empecilho atrapalhe a inauguração definitiva da UPA Zilda Arns, que custou mais de R$ 3,5 milhões aos cofres da prefeitura.

“A gente vem nessa luta há muito tempo. Essa situação se arrasta ao longo dos anos. Eles contratam a empresa, depois o contrato é cancelado, aí vem nova licitação. Já tem seis meses que dizem que vão inaugurar e até agora nada”,  lamentou Ailton Baiano, uma das lideranças do bairro Barramares, que fica na mesma região de Riviera da Barra.

“Essa UPA é uma necessidade para a comunidade. Com a pandemia, a coisa piorou ainda mais. As unidades de saúde da região estão abarrotadas, também falta medicamento. Então se ela sair mesmo, vai ajudar bastante. Só nos resta acreditar nessa nova previsão”, completou.

 

Em outubro, a reportagem da TV Vitória voltou à UPA Zilda Arns e constatou que realmente agora a unidade tem condições físicas para funcionar.

Na ocasião, o presidente da Associação de Moradores de Riviera da Barra, Elvis Presley, disse estar mais aliviado e confiante de que a unidade finalmente seja entregue à população.

“A gente sabe que é importante, é necessário, e o pessoal clama pela saúde aqui na Região 5. E aí a gente fica ansioso com isso. Mas a gente está acompanhando esse procedimento, que é criterioso sim, e é necessário que seja criterioso, para que não seja prestado um serviço inadequado”, disse o presidente da associação à equipe da TV Vitória.

Polêmica sobre o nome da UPA de Riviera da Barra

Durante sua participação no programa De Olho no Poder com Fabi Tostes, Arnaldinho Borgo também falou sobre uma polêmica ocorrida em abril deste ano, quando o prefeito anunciou que mudaria o nome da UPA de Riviera da Barra, alegando que ninguém sabia quem era Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança.

Na época, a fala de Arnaldinho gerou reação negativa da Arquidiocese de Vitória e de lideranças da Pastoral da Criança de Vila Velha. Algumas lideranças religiosas se manifestaram nas redes sociais, criticando a postura do prefeito.

“O que aconteceu é que a população da grande Região 5 solicitou a alteração do nome dessa UPA para o de uma moradora de lá, que acolhia mães que estavam prestes a ter filhos e servia como parteira, igual antigamente existia. Ela era uma pessoa muito querida, faleceu e a população me solicitou a alteração do nome. Eu achei justa a alteração do nome, mas me jogaram pedra de tudo que é lado”, afirmou.

Diante a repercussão, a Prefeitura de Vila Velha resolveu voltar atrás e manter a homenagem a Zilda Arns, morta em 2010, durante o terremoto no Haiti, que matou centenas de milhares de pessoas.

“A gente decidiu que, quando a gente construir uma nova unidade de saúde, a gente coloca o nome dessa parteira. Dessa forma, a gente não cria problema com ninguém. Fica Zilda [Arns] e está tudo certo”, concluiu Arnaldinho.

 

 

 

Reprodução: Folha Vitória