Aluna representa escola em prêmio nacional de poesia sobre trabalho infantil

Aluna representa escola em prêmio nacional de poesia sobre trabalho infantil

A rede municipal de ensino de Vila Velha conquistou uma vaga na etapa nacional do Prêmio MPT nas Escolas, que terá o resultado divulgado até o dia 12 de outubro. A aluna Sophia Araújo Martins, de 10 anos, da Umef Prof. Paulo César Vinha, em Terra Vermelha, levou o primeiro lugar na categoria poesia com o texto “O Menino que Ninguém Vê”, orientado pela professora Fabíola de Oliveira.

O Prêmio MPT na Escola 2025 é uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT), realizado em parceria com a secretaria de Educação da Prefeitura de Vila Velha, com o objetivo de conscientizar e combater o trabalho infantil, promovendo a cidadania através da arte e da cultura nas escolas.

Como premiação, a aluna ganhou um smartphone e a professora orientadora, um kindle, durante a cerimônia realizada no dia 2 de outubro, no auditório do Tribunal Regional do Trabalho da 17ª região TRT17, em Vitória.

“Sophia, do 5º ano, sempre gostou de produzir textos e me mostrar. Seu texto nos toca, principalmente, por conhecermos a sua realidade social e vivências. Esse projeto foi uma oportunidade para que ela demonstrasse seu talento através da poesia, retratando a sua realidade e as suas emoções em cada verso”, afirmou a professora, que também é escritora.

Confira o texto vencedor, na categoria Poesia, pelo Grupo 1 (4º e 5º aos), com o tema “Erradicação do Trabalho Infantil”.

O Menino que Ninguém Vê

Na esquina da rua, bem antes do sol nascer,
Um menino acorda sem nada pra comer.
Não carrega mochila, mas sim uma sacolinha
Com doces e paçocas para vender.
Enquanto a cidade acorda acelerada,
Ele caminha pela vida sem nada.
Nada para sonhar… nada para esperar,
Apenas viver.
Sem brincadeiras, recreio ou diversão,
Apenas o trabalho, a fome e a multidão.
Na escola os meninos desenham no papel,
Ele desenha em seu coração
E cria pensamentos debaixo do céu.
Com o rosto suado e o pé no asfalto,
Vende esperança por um preço
Que nunca vai ser pago.
Ninguém ouve seu grito,
Ninguém sente sua dor,
Ninguém vê esse menino
Que só precisa de amor.
Ele só queria correr,
E jogar futebol,
Mas sempre é tratado
Como algum marginal.
Em seu pensamento ele sabe
Que trabalho é pra adulto,
E não pra uma criança,
Que é amiga da pureza
E merece cuidado, amor e esperança.
Não é justo não ver um menino assim,
Um futuro que se apaga tão cedo,
Por falta de amor, escola e brinquedo.
Tenho fé que algum dia
Esse mundo possa ver
Esse menino que precisa de voz
E oportunidades para continuar a viver.