Vila Velha promove ações de enfrentamento à violência contra mulher nas escolas
Combater o ciclo da violência contra a mulher e ensinar, desde a infância, sobre a defesa e promoção da igualdade de gênero. A pauta agora é lição também obrigatória nas escolas municipais de Vila Velha por meio do programa Todos por Elas, que será lançado nesta sexta-feira, dia 2 de junho. A proposta é levar para as unidades de ensino palestras e uma série de ações pedagógicas para dialogar sobre o tema, proporcionando aos alunos uma reflexão crítica e mais aprofundada.
Diversas entidades uniram forças em prol desta iniciativa, que conta com a realização da Prefeitura de Vila Velha, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed) e da Inspetoria da Mulher da Guarda Municipal, junto à Comissão da Mulher e da Mulher Advogada, da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Espírito Santo (OAB-ES), e ao Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Vila Velha (COMDDIM).
Para a secretária municipal de Educação, Adriana Chagas Meireles, a conscientização de crianças e jovens consiste a base para se fomentar uma mudança cultural, e a educação é fundamental nesse processo. “O enfrentamento à violência contra mulher perpassa necessariamente por repensarmos de forma crítica o processo histórico-cultural que promoveu a inferiorização da figura feminina. Precisamos, enquanto sociedade, assumir um compromisso coletivo para eliminação das relações que geram violência”, destacou.
O lançamento do programa Todos por Elas inicia com a mobilização interna na Semed, sensibilizando e engajando servidores na iniciativa. Após, a programação segue com o desenvolvimento de ações nas unidades de ensino, envolvendo desde as crianças dos Anos Iniciais até alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
“Crimes e riscos relacionados à exposição íntima na internet” é o tema de uma das palestras previstas no cronograma. Dentro do assunto, será abordada a chamada “pornografia de vingança”, conduta que configura crime e é hoje uma das expressões da violência de gênero que atinge diversas mulheres brasileiras no atual contexto do avanço tecnológico.
De acordo com a presidente da Comissão da Mulher e Mulher Advogada da OAB/VV, Lilian Souza, o projeto se deu pela necessidade prática verificada diante do aumento estatístico dos casos de agressões e feminicídios. “Somos uma instituição composta por advogadas que militam na área criminal e lidam diariamente com crimes contra mulheres. Ao passar dos anos, percebemos a origem dessa violência. O perfil do agressor tem se formado, muitas vezes, pela convivência ao ver aquela situação reincidente do pai ou padrasto agredindo a mãe e também pela ausência de limites por parte dos cuidadores. Com isso, entendemos que a base familiar, instrutiva, educacional e cultural é indispensável para a redução dos índices de violência”, afirmou.
Fonte : PMVV
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