Merenda escolar: Produtores rurais de Vila Velha vão fornecer alimentos para escolas
Pela primeira vez, agricultores familiares de Vila Velha vão fornecer alimentos para compor o cardápio da merenda escolar dos 52 mil alunos matriculados na rede municipal de ensino. Por enquanto, dois produtores da agricultura familiar, localizada no Xuri e Córrego Sete, Região 5, foram considerados habilitados pela Comissão Permanente de Licitação, ligada à central de compras da prefeitura. Eles vão vender quiabo, banana e limão sem passar pelos atravessadores, ou seja, entregarão os produtos com nota fiscal emitidas diretamente para as escolas.
Na última quarta-feira, a Comissão realizou a sessão de abertura de 14 propostas entregues por associações, produtores individuais e cooperativas do Estado, interessados em participar da chamada pública. Em Vila Velha, dois produtores foram considerados aptos para o programa.
Um deles é o Jorge Ivan Effigem, que possui propriedade no Xuri, onde produz banana, quiabo e uva: “Vou vender mensalmente 300 quilos de quiabo e 400 quilos de banana para a prefeitura. Saber que tenho entrega mensal garantida me dá a segurança que antes eu não tinha. Só a cooperativa conseguia entrar no pregão, mas agora o município abriu para o produtor individual. Estou muito satisfeito, meu orçamento vai aumentar em 40%. Vou entregar na Escola Municipal Valdomiro Ferreira, que fica bem ao lado da minha propriedade, entre outras”, comemora.
O outro produtor habilitado é o Bruno Randow, que vai vender, mensalmente, 800 quilos de limão produzidos no Córrego Sete, para a prefeitura: “Isso é uma novidade, um incentivo para nós, produtores locais que não tínhamos onde escoar nossa mercadoria por falta de comprador. Sou produtor há 10 anos e somente agora fui procurado pelo município, que me deu toda orientação para me tornar um parceiro da merenda escolar. Um reforço financeiro de 300% no meu orçamento”, calculou.
O coordenador de Agricultura e Pesca, Gabriel Nunes, pontuou algumas vantagens para o produtor participar dessa parceria com o município: “A logística da entrega das mercadorias é excelente. O produtor não precisa perder o dia de trabalho na sua propriedade, uma vez que percorre no máximo 20 quilômetros para fazer a entrega nas escolas. Também não precisa vender para um distribuidor, entrega diretamente nas escolas”, incentiva Gabriel.
Os produtores do município que aderiram ao programa receberão assistência técnica em todas as fases do processo. Desde o entendimento do edital, emissão de documentos e elaboração do projeto até o preparo do solo, plantio e colheita dos alimentos que serão consumidos na merenda escolar. Para o edital do ano que vem, a prefeitura pretende ampliar o número de produtores locais que receberão apoio técnico até a entrega dos produtos.
O presidente do Conselho de Alimentação Escolar de Vila Velha, Sidenil Francisco Ferreira, afirmou que fiscaliza e avalia o potencial de quem vai abastecer as escolas com a alimentação: “Estamos em busca da agricultura familiar de qualidade para nossas crianças”, avisa.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Everaldo Colodetti, aprovou a iniciativa e incentiva outros produtores a participarem desse projeto: “Esse passo representa muito para o município. Queremos envolver mais produtores nessa troca. Eles ganham e a cidade ganha também, porque fortalece o comércio e atende às escolas com alimentos de qualidade. Agradecemos ao Jorge e ao Bruno, que toparam essa ideia da aquisição da agricultura familiar. A gestão atual está buscando essas pessoas e dando todo suporte para se tornarem fornecedores de uma alimentação saudável para nossos estudantes”.
Nutricionistas
A nutricionista e responsável técnica pela alimentação escolar de Vila Velha, Renata Simões Vieira Carvalho, esteve presente na sessão, junto com a também nutricionista Beatriz Belfort. São elas que elaboram o cardápio, fazem o levantamento dos produtos necessários e negociam o preço.
Segundo elas, Vila Velha oferece uma das melhores merendas escolares do Brasil: “Nos adequamos às resoluções novas de 2020. De acordo com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão que regulamenta e distribui os recursos direto para os município, conseguimos atender todos os requisitos. O mínimo de 30% da compra de merenda, por exemplo, tem que ser da agricultura familiar”.
O programa agricultura familiar faz parte do Plano Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que se destina a suprir parcialmente as necessidades nutricionais de alunos da rede pública de educação básica e que estabelece as regras para a distribuição de alimentos.
Reprodução: PMVV
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